Perdido...

Eu me perdi, sem dúvidas que me perdi. Nesta confusão de corredores, closets e monstros...
Já não entendo muito bem o que me rodeia, embora entenda o que pensam os outros, só não sei por que razões. Somos, na maioria, doentes. Doentes por amor, por sexo, por atenção, pela sensação de poder ou de superioridade. Ando tão perdido, que até quem me vê a frente não me encontra. Tenho os olhos vazios, o coração pesado e a mente difusa. Nesse coquetel de pessoas, música, álcool, drogas e sentimentos que me rodeia. Acendo mais um cigarro, na esperança que no fim de cada um deles encontre uma verdade ... mas ela não vem. E mais intoxicado fico, mas já não sei se me intoxico pelo fumo inalado, ou pelos sentimentos que me dominam. Queria poder mudar tudo, mas não sei como o fazer. A tristeza e a solidão é tudo que sinto. E tudo que vejo é como parte de um filme, nada é real. Não entendo como me perdi por esses corredores, na verdade não me lembro de algum dia saber onde estava exactamente. Mas o tempo corre, a música continua, as pessoas permanecem. E vou assim, vivendo por obrigação. Vivendo porque é o que esperam que eu faça. Mas quando viver volta a fazer algum sentido? Quando me encontro? Quando te encontro? Sim, estou a tua procura. Mas pelos motivos errados, sei que você não virá corrigir tudo de errado que fiz, ou essa confusão que minha vida virou. Mas mesmo assim te procuro, na esperança que você seja um pilar, alguém que me faça enxergar nesse escuro. Mas você não vem, e hoje, penso que jamais vira. Que estou fadado a este lugar escuro, que nem sequer sei onde termina ou começa. Tentei ser outros, tentei ser eu mesmo. Mas não sei ser outros. E quando sou eu, as coisas sempre dão errado. Continuem apontando dedos e julgando, enxergo isso mesmo no escuro. Mas já nem sei se me importo. No fim, sou eu sozinho, mesmo sem saber quem sou eu. Queria dar fim a tudo isso, mas não sei como. Falta razão...

A Chapelaria informa: “É fácil se perder, difícil é se encontrar” Atenciosamente, O Chapeleiro.